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Táxi elétrico: um bom começo

Táxi elétrico: um bom começo

Caso os 32 mil táxis que rodam em São Paulo fossem elétricos, diariamente seriam economizados 640 mil litros de combustível, 32 mil escapamentos deixariam de produzir gases e a poluição sonora sofreria uma sensível queda. Essas são as primeiras constatações de um projeto-piloto que existe na capital paulista desde a metade do ano passado e que, na terça-feira 5, chega ao Rio de Janeiro. O plano é testar a viabilidade de trocar pelo menos parte da frota por veículos 100% elétricos como o Nissan Leaf, utilizado na experiência.

O projeto começou em São Paulo com dois táxis elétricos rodando desde junho. Em dezembro, a cidade ganhou mais oito carros. Apesar das poucas unidades, eles já se tornaram um sucesso de público. “Os passageiros adoraram. É muito silencioso e econômico. Com a vantagem de que não polui nem precisa de água e óleo”, diz Alberto de Jesus Alves, um dos dois taxistas que rodam com o veículo nas ruas paulistanas desde o início do projeto. De fato, o Nissan Leaf chama a atenção pela economia: em cinco meses de testes, nos quais os taxistas rodavam seis horas por dia, cada motorista gastou R$ 537 em recargas. Se o consumo tivesse sido feito em gasolina, a conta final chegaria perto de R$ 2.300. Esses números colaboram com a principal intenção do projeto, que é mostrar que os carros elétricos podem baratear e ter chance no Brasil. “O projeto também tem como objetivo iniciar a discussão sobre a criação de incentivos fiscais para a comercialização desses modelos”, diz o diretor de marketing da Nissan do Brasil, Carlos Murilo Moreno.

Mas há um obstáculo não burocrático no caminho dos táxis elétricos: a autonomia. “Esse carro pode rodar até 160 km antes de recarregar. Um taxista em São Paulo faz normalmente 200 km por dia”, contabiliza Ricardo Auriemma, presidente da Associação das Empresas de Táxi de Frota de São Paulo (Adetax). Além dos carros 100% elétricos, a capital paulista já conta com 20 veículos híbridos do modelo Toyota Prius, que possuem dois motores: um movido a eletricidade e outro a combustão.

Aparentemente, os veículos elétricos trazem apenas soluções, mas podem se tornar ineficazes por questões originadas na outra ponta do cabo de recarga. Se a energia para abastecer o motor vier de uma usina a carvão, por exemplo, a poluição estaria apenas passando do motor do carro para as chaminés da indústria. “É importante pensar no impacto que o abastecimento de uma grande quantidade de veículos pode ter no sistema elétrico. As redes devem estar preparadas para evitar o uso de fontes poluidoras”, diz a representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú. Com sua matriz majoritariamente hidrelétrica, o País tem tudo para receber bem esse tipo de carro.

http://www.istoe.com.br/reportagens/279695_TAXI+ELETRICO+UM+BOM+COMECO
Fonte:Isto É