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Porto Alegre: Taxistas preferem permanecer estacionados a trafegar em busca de passageiros

Porto Alegre: Taxistas preferem permanecer estacionados a trafegar em busca de passageiros

O morador da Capital, e quem a visita, é refém de taxistas que decidem quando e onde os carros estarão disponíveis. Por conta da legislação frágil, parte da frota, que deveria prestar um serviço público, acaba atendendo apenas a interesses privados.

Taxistas preferem permanecer estacionados a trafegar em busca de passageiros em Porto Alegre.

É o que constatou Zero Hora ao longo de três semanas de investigação cujo objetivo foi responder a uma pergunta: por que, afinal de contas, é uma saga conseguir táxi na cidade?

Pelo menos quatro causas explicam a ausência dos tradicionais carros vermelhos em determinados momentos do dia e, sobretudo, em pontos extremos da Capital.

Os dois principais motivos estão intimamente relacionados: a presença dos Barões das Placas (homens que administram, através de procurações, até 30 táxis) e a criação do sistema de cobrança baseado no quilômetro rodado.

Imposto por donos de veículos a seus motoristas auxiliares, o pagamento pelo quilômetro percorrido (sem levar em consideração o taxímetro) inibe a busca de clientes. Criada na década de 90, mas disseminada nos últimos cinco anos com o fortalecimento dos Barões, a cobrança pela quilometragem tem efeito direto na vida dos usuários de táxis.

É que o valor a ser desembolsado pelo funcionário do veículo varia entre R$ 1,30 e R$ 1,50 por quilômetro percorrido. O problema ganha dimensão porque a frota permanece nas mãos de auxiliares durante 65% do dia.

- Em média, se roda 200 quilômetros por dia, então um Barão embolsa cerca de R$ 300, mesmo que o seu auxiliar tenha circulado metade dessa distância com carro vazio em busca de cliente. Então, ninguém mais busca passageiro nas ruas – conta um motorista que há 13 anos trabalha como funcionário.

Como consequência, grandes eventos realizados em bairros extremos deixaram de ser atraentes para os taxistas. A conta feita por eles é a seguinte: o deslocamento do Largo Glênio Peres, no Centro, por exemplo, à Fiergs, na Zona Norte, pode custar até R$ 45 ao auxiliar. Mesmo que tenha a sorte de apanhar um passageiro que o traga de volta ao ponto de origem, ele receberá R$ 42,6 pela corrida. Ou seja, depois de quase uma hora de trabalho, o motorista ainda poderá sair no prejuízo.

O artifício que virou regra entre os detentores de permissões afronta a legislação municipal que, se respeitada, colocaria os táxis de volta às ruas. Ela estabelece apenas duas possibilidades de remuneração dos auxiliares: a divisão do faturamento, em que o permissionário fica com 75% do valor – o restante vai para o motorista -, ou a contratação com carteira assinada, pouco adotada.

Uma outra causa da carência de táxis está relacionada a uma lacuna no controle do serviço. Zero Hora apurou que a troca de turno, a lavagem do veículo e o acerto de contas entre donos de táxis e auxiliares ocorrem numa das horas mais movimentadas do dia: entre as 16h30min e as 18h30min. O horário escolhido pelos Barões das Placas leva em consideração razões privadas, desconsiderando o interesse público. Dessa forma, eles evitam que seus funcionários fiquem presos em engarrafamentos.

- Mais de 80% da frota usa GNV. O período da troca está até sendo antecipado para as 16h, mas há poucos postos e, nesse horário, todos ficam lotados – explica José Atílio Giacomelli Sesti, sócio da Tele-Táxi Cidade, a maior empresa do setor na cidade.

ZERO HORA

O morador da Capital, e quem a visita, é refém de taxistas que decidem quando e onde os carros estarão disponíveis. Por conta da legislação frágil, parte da frota, que deveria prestar um serviço público, acaba atendendo apenas a interesses privados.

Taxistas preferem permanecer estacionados a trafegar em busca de passageiros em Porto Alegre.

É o que constatou Zero Hora ao longo de três semanas de investigação cujo objetivo foi responder a uma pergunta: por que, afinal de contas, é uma saga conseguir táxi na cidade?

Pelo menos quatro causas explicam a ausência dos tradicionais carros vermelhos em determinados momentos do dia e, sobretudo, em pontos extremos da Capital.

Os dois principais motivos estão intimamente relacionados: a presença dos Barões das Placas (homens que administram, através de procurações, até 30 táxis) e a criação do sistema de cobrança baseado no quilômetro rodado.

Imposto por donos de veículos a seus motoristas auxiliares, o pagamento pelo quilômetro percorrido (sem levar em consideração o taxímetro) inibe a busca de clientes. Criada na década de 90, mas disseminada nos últimos cinco anos com o fortalecimento dos Barões, a cobrança pela quilometragem tem efeito direto na vida dos usuários de táxis.

É que o valor a ser desembolsado pelo funcionário do veículo varia entre R$ 1,30 e R$ 1,50 por quilômetro percorrido. O problema ganha dimensão porque a frota permanece nas mãos de auxiliares durante 65% do dia.

- Em média, se roda 200 quilômetros por dia, então um Barão embolsa cerca de R$ 300, mesmo que o seu auxiliar tenha circulado metade dessa distância com carro vazio em busca de cliente. Então, ninguém mais busca passageiro nas ruas – conta um motorista que há 13 anos trabalha como funcionário.

Como consequência, grandes eventos realizados em bairros extremos deixaram de ser atraentes para os taxistas. A conta feita por eles é a seguinte: o deslocamento do Largo Glênio Peres, no Centro, por exemplo, à Fiergs, na Zona Norte, pode custar até R$ 45 ao auxiliar. Mesmo que tenha a sorte de apanhar um passageiro que o traga de volta ao ponto de origem, ele receberá R$ 42,6 pela corrida. Ou seja, depois de quase uma hora de trabalho, o motorista ainda poderá sair no prejuízo.

O artifício que virou regra entre os detentores de permissões afronta a legislação municipal que, se respeitada, colocaria os táxis de volta às ruas. Ela estabelece apenas duas possibilidades de remuneração dos auxiliares: a divisão do faturamento, em que o permissionário fica com 75% do valor – o restante vai para o motorista -, ou a contratação com carteira assinada, pouco adotada.

Uma outra causa da carência de táxis está relacionada a uma lacuna no controle do serviço. Zero Hora apurou que a troca de turno, a lavagem do veículo e o acerto de contas entre donos de táxis e auxiliares ocorrem numa das horas mais movimentadas do dia: entre as 16h30min e as 18h30min. O horário escolhido pelos Barões das Placas leva em consideração razões privadas, desconsiderando o interesse público. Dessa forma, eles evitam que seus funcionários fiquem presos em engarrafamentos.

- Mais de 80% da frota usa GNV. O período da troca está até sendo antecipado para as 16h, mas há poucos postos e, nesse horário, todos ficam lotados – explica José Atílio Giacomelli Sesti, sócio da Tele-Táxi Cidade, a maior empresa do setor na cidade.

http://www.intelog.net/site/default.asp?TroncoID=907492&secaoID=508074&SubSecaoID=948063&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=271012&Titulo=Taxistas+preferem+permanecer+estacionados+a+trafegar+em+busca+de+passageiros+em+Porto+Alegre
Fonte:Intelog