Maioria dos passageiros só consegue chegar ao aeroporto de carro particular
A maioria das pessoas que andam de avião no País chega ao aeroporto de carro particular – e mesmo entre os que optam pelo transporte público, dois em cada três vão de táxi.
Os dados são da pesquisa feita pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) nos três primeiros meses do ano com 21,2 mil passageiros dos 15 maiores aeroportos brasileiros e mostram o que o passageiro sente na pele: o suplício que é chegar a esses terminais e sair deles.
Além de Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, foram avaliados Viracopos, em Campinas, Galeão e Santos Dumont, no Rio, Confins, em Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Natal, Salvador, Brasília, Manaus, Cuiabá, Porto Alegre e Curitiba. As opções de transporte coletivo para a maioria desses aeroportos são escassas – os únicos que têm metrô relativamente perto são Recife (cuja malha é limitada e não atende bem a cidade) e Santos Dumont (a estação fica a mais de 1 km).
Para os outros, restam o carro e os ônibus executivos – sujeitos ao trânsito do caminho, ao contrário do transporte metroferroviário, que é mais confiável e regular no quesito tempo.
“Não dá para chegar ao aeroporto e ir direto para um compromisso porque você nunca sabe como vai estar o trânsito em São Paulo”, diz o economista Geraldo Luís Ferraz, de 51 anos, que mora no Rio e vem à capital paulista a trabalho duas vezes por mês. Como a maioria, Ferraz é dependente do táxi para ir a Congonhas ou sair de lá, na zona sul. “Prefiro chegar um dia antes e ficar em um hotel perto do local da reunião.”
A pesquisa da SAC mostra que 52% dos passageiros usam carro privado para chegar ao aeroporto, 38%, transporte coletivo e 10% dos entrevistados estavam em conexão. Quando questionados sobre o transporte público que utilizaram até o terminal, 66,83% revelaram ter ido de táxi e 25,35% de ônibus. O restante usa carro alugado e uma minoria vai de metrô. O levantamento da SAC é referente ao primeiro trimestre – outros serão feitos ao longo do ano.
“Você paga caríssimo no táxi para Cumbica, mais de R$ 100, e ainda assim está sujeito a passar duas horas preso na Marginal”, diz o administrador de empresas Manoel Leite de Oliveira, que mora na Vila Mariana, zona sul da capital.
Para Cumbica, o governo promete a Linha 13-Jade da CPTM para 2014 – mas só depois da Copa. Em Congonhas, também para o fim do ano que vem, está prometida uma estação do monotrilho da Linha 17-Ouro.
Nos trilhos. Para o engenheiro aeronáutico e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Jorge Leal Medeiros, um acesso por trilhos aos aeroportos daria mais segurança para o passageiro. “É algo confiável. Em Londres, você pega um metrô e leva 1h15 para chegar a Heathrow. É demorado, mas você sabe que vai chegar exatamente naquele tempo, é só se programar. Em São Paulo, você pode levar 40 minutos ou três horas para chegar ao aeroporto”, diz.
Fonte: MSN/Estadão
http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/story-saopaulo.aspx?cp-documentid=258005586