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Fortaleza (CE): Taxista bilíngue atrai e fideliza novos clientes

Fortaleza (CE): Taxista bilíngue atrai e fideliza novos clientes

Estratégias de marketing pessoal também ajudam a atrair mais passageiros estrangeiros

Quando for abordado pelos “gringos” que desembarcarem em Fortaleza, para a Copa das Confederações, o taxista cearense Paulo Ricardo, de 58 anos, não passará vergonha. Por ter morado seis anos nos Estados Unidos, no fim dos anos 1980, ele adquiriu fluência no inglês, destacando-se, assim, entre seus colegas de profissão.

Não por acaso, tem estampado, no seu carro, diversos adesivos com a frase “I speak english”, que em português significa “eu falo inglês”. E não para por aí. O cartão de visita do taxista vem com seus contatos e seus serviços escritos nos dois idiomas, um para a frente e outro para o verso. “You can call me anytime, except at night, when i´m sleeping (você pode me ligar a qualquer hora, menos à noite, quando estou dormindo”, brinca Paulo, fazendo questão de responder às perguntas em inglês. “E eu ainda falo um pouco de espanhol, que também aprendi nos Estados Unidos, pelo fato de lá ter muito imigrante que fala essa língua”, orgulha-se o ex-engraxate, ex-motorista e ex-lavador de pratos, profissões que ocupou quando morou fora.

Por conta dessas estratégias de marketing pessoal, que adota já há alguns anos, Paulo acaba fidelizando os seus clientes, a maioria hóspedes de hoteis da Avenida. Beira-Mar, onde trabalha. “Eles ficam com os meus contatos, repassam para amigos e acabam voltando”, conta.

Quando ainda não fazia esse tipo de divulgação, chegou a surpreender alguns passageiros. “Teve uns americanos que entraram no meu carro, começaram a dizer que as meninas daqui eram bonitas, falaram que eu estava cheiroso, que a comida daqui era boa e outras coisas. No fim da corrida, quando me pagaram, eu agradeci e desejei um bom dia em inglês. Eles ficaram surpresos e perguntaram se eu estava brincando”, relembra.

Sobre suas expectativas para a Copa das Confederações e para a Copa Mundo, o taxista mostra-se mais uma vez um homem de visão para os negócios. “The best part will be after the football, because the tourists will come back. That´s why you have to do a good job (A melhor parte vai ser depois do futebol, porque os turistas vão voltar para cá. É por isso que você tem que fazer um bom trabalho”, responde Paulo, mais uma vez em inglês, revelando um sotaque mais britânico do que norte-americano. “É que tem um cara no Discovery Channel que é britânico e eu gosto muito de assistir ao programa dele”, explica o taxista.

A respeito de seus colegas de profissão, o ele lamenta o desinteresse de muitos em aprender. Confessa já ter se oferecido para ensiná-los, “mas é mesmo que nada”, conforma-se. “A minha filha tem 15 anos e já é fluente no inglês. Eu já falei pra ela que o próximo curso que ela vai fazer é de chinês, porque logo a China vai ser a maior potência do mundo”, aposta o taxista, de olho no futuro.

Fonte: Diário do Nordeste (Assinatura)
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1274463