Capital: Pesquisa mostra que andar de táxi pode ser mais barato que ter carro
Uma pesquisa apontou São Paulo como a segunda cidade mais cara no mundo para se ter carro. Dependendo do uso, não vale mais a pena ter carro próprio. São altos os gastos para manter um carro na cidade de São Paulo.
Um economista tem a resposta na ponta do lápis. De conta em conta, ele mostra: em alguns casos, vale a pena pegar um táxi.
Carro ou táxi? Em uma cidade grande com trânsito tão ruim como o São Paulo, os dois são alvos de reclamações. “Não ando muito de táxi aqui em São Paulo porque é muito caro, e o trânsito acaba encarecendo mais ainda”, afirma a historiadora Monica Padial.
Quem tem carro, também reclama. “Combustível, óleo, pneu, seguro, é de tudo”, diz um homem.
A escolha entre o carro e o táxi depende de vários fatores, muitos deles pessoais. Se eu gosto de liberdade e privacidade, meu carro me leva para onde eu quero, na hora que eu quiser e no meu espaço. Por outro lado, para quem gosta de conforto e detesta perder tempo, o banco do passageiro de um táxi é uma boa oportunidade para ler, trabalhar, até descansar.
Agora, se o critério para essa escolha for financeiro, é preciso sentar e fazer as contas. O economista Samy Dana criou uma tabela para facilitar essa tarefa.
De um lado, anotou os gastos anuais com um carro que custa R$ 30 mil: combustível, manutenção, impostos, seguro, estacionamento e o que ele chamou de custo de oportunidade, que é o que o dono do carro deixa de ganhar porque o dinheiro usado para comprar o carro não está aplicado.
“Se você tem R$ 30 mil no banco e tirou para comprar o carro, esses R$ 30 mil estariam rendendo. Outra coisa é a depreciação, que subiu muito, os carros desvalorizam as vezes mais do que 20% em um ano só”, afirma.
Do outro lado, calculou o valor da bandeirada e da corrida, em São Paulo. Nos dois casos, a despesa depende das distâncias. Até 15 quilômetros rodados por dia, o táxi é mais barato.
Rodando 16 quilômetros, a conta empata, ainda com uma pequena vantagem para o táxi. Mas, a partir de 17 quilômetros rodados por dia, rodar de carro custa menos.
O empresário Luiz Yassuda fez essa comparação em agosto do ano passado e descobriu que, no caso dele, o táxi ficaria mais barato. Vendeu o carro e, oito meses depois, economizou R$ 5 mil. “Perde obviamente na praticidade e no conforto, mas para mim conforto de fato é ter um motorista dirigindo para mim e eu podendo ficar no celular enquanto estou me deslocando para outro lugar”, afirma.