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Caxias do Sul (RS): Taxista conta suas experiências na profissão

Caxias do Sul (RS): Taxista conta suas experiências na profissão

Quem precisa se deslocar diariamente pelas ruas de Caxias do Sul sabe o quanto o trânsito pode ser estressante. Enfrentar sinaleiras, buzinas e congestionamentos por pelo menos oito horas diárias é o que faz a taxista Joísa Belinot de Castilhos, 32 anos.

Quando começou na profissão, há três anos, ela não tinha GPS (sistema de localização por satélite) e conhecia poucas ruas da cidade, mas a vontade de aprender e o incentivo da família falaram mais alto. Hoje, Joísa é referência entre alguns colegas, que pedem indicações de endereços e dicas de como chegar em lugares.

- Quando comecei, tinha carteira de moto há anos e pouco tempo de carteira de carro, mas já saí trabalhando. Também me estressava com o trânsito, mas hoje aprendi e sou a pessoa mais tranquila do mundo – conta, rindo.

A experiência no volante trouxe calma para a motorista e, consequentemente, qualidade de vida. Isso porque a irritação com as buzinas, o trânsito e os motoristas mal-educados já não afetam mais Joísa.

Ela optou por ignorar tais manifestações e ter um ambiente de trabalho mais saudável. Joísa leva numa boa até os clientes mais reticentes, que ficavam desconfiados em pegar o táxi por ser conduzido por uma mulher.

- Uma vez, um senhor não queria entrar no táxi. Depois, no final da corrida, me elogiou, disse que eu dirigia bem. Em outra, uma mulher, com o filho, não queria ir comigo – relembra, sem ressentimentos.

Casada com Fabiano de Oliveira, com quem divide o táxi, e mãe de Roberta, 13, Joísa acredita que está na profissão certa.

- Gosto muito de dirigir. O diferencial de ser mulher é que algumas mães se sentem mais seguras, faço bastante corridas para buscar filhos nas escolas. Elas confiam em mim, entrego os filhos delas em casa – conta.

A rotina de Joísa, que já parece atribulada à primeira vista, se intensifica quando o final de semana se aproxima. Entre quinta e domingo, ela e o marido trabalham 24 horas, revezando o atendimento. Enquanto um trabalha, o outro descansa. Mesmo com o dia a dia corrido, Joísa faz questão de manter a união da família: todos os dias, os três sempre almoçam juntos.

Um dos pontos da profissão que ela mais gosta é o contato com as pessoas. Como o táxi também atende a hotéis, ela acaba conversando com turistas e empresários de diferentes Estados, consegue trocar algumas ideias e até aprender. Em alguns casos, quando o táxi faz viagens, Joísa aproveita para conhecer novos lugares.

- Daria para escrever um livro com as histórias eu ouço – brinca.

http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,4067410,1228,21532,impressa.html
Fonte:Pioneiro