Leonardo Ferreira: taxista de frota conta histórias do Japão
Já imaginou como é ser taxista no Japão? Segundo o taxista de frota Leonardo Ferreira, passageiro é o que não falta por lá. Neto de uma japonesa, Leonardo decidiu, em 1998, tentar novas oportunidades profissionais na “Terra do Sol Nascente”, seguindo os mesmos passos de outros 254 mil brasileiros que, segundo o Ministério da Justiça, vivem atualmente no Japão. Depois de 11 anos, ele retornou ao Brasil e agora conta à Folha do Motorista como é viver e trabalhar no país oriental.
Folha do Motorista: Por que você decidiu ir morar no Japão?
Leonardo Ferreira: Estava motivado pelas facilidades trazidas pela “Lei de Controle de Imigração”, que também incentivou muitos brasileiros a irem em busca de uma nova vida no Japão. Fui em 1998 e, na época, eu tinha 26 anos.
Folha do Motorista: Enquanto morou lá, no que trabalhou?
Leonardo Ferreira: Trabalhei durante um tempo na linha de montagem da Toyota, que fica em uma cidade que tem esse mesmo nome. Eu era responsável por montar a parte dianteira dos carros. Tinha que encaixar todas as peças em apenas 14 segundos e ficava em um espaço com pouco mais de um metro. No Japão, também fui motorista de uma transportadora. Depois disso, comecei a ganhar a vida como taxista de frota em Hamamatsu, uma cidade que é conhecida por ter muitos brasileiros.
Folha do Motorista: Como é ser taxista no Japão?
Leonardo Ferreira: O número de passageiros é imenso. Menos de 10 minutos depois de deixar uma pessoa em seu destino, já via alguém fazendo sinal. O trânsito no centro de Hamamatsu é caótico, mais congestionado que o de São Paulo. Você não consegue se locomover.
Folha do Motorista: Quando e por que decidiu voltar ao Brasil?
Leonardo Ferreira: Voltei em 2009, porque a crise financeira afetou muito os empregos e o custo de vida no Japão. Logo que cheguei, trabalhei como gráfico, que era a profissão que eu exercia antes de sair do Brasil. Mas depois de um tempo, cansei e decidi retomar o que estava fazendo no Japão. Um amigo me aconselhou a procurar as frotas e, então, voltei a trabalhar como taxista.
Folha do Motorista: Como é o seu dia a dia no táxi de frota?
Leonardo Ferreira: Trabalho na região do Tatuapé e prefiro o táxi de frota, por diversos motivos, como por exemplo, não ter que arcar com gastos de manutenção e reparos no veículo, em caso de batida. Na direção de um táxi pela cidade de São Paulo, também posso proporcionar uma vida melhor para os meus filhos. Esse é o meu principal objetivo, atualmente.
Fonte: Folha do Motorista