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Rio de Janeiro (RJ): táxis do futuro no Rio do presente

Rio de Janeiro (RJ): táxis do futuro no Rio do presente

Falar de carros elétricos ou híbridos no Brasil parece coisa para um futuro distante. Uns poucos pioneiros, contudo, já vivem essa realidade aqui e agora. O que era utópico vai chegando às ruas de forma discreta. Em caráter experimental, dois Nissan Leaf servem como táxis no Rio desde março. Em breve, outros dois vestirão a farda da PM do Rio. E, volta e meia, é possível avistar um híbrido pela cidade.

Os taxistas Arthur Marfir e Breno de Souza Oliveira dizem estar realizados ao volante do Leaf, japonês 100% elétrico.

— Imagine um carro que não tem barulho, não tem manutenção, não tem óleo para trocar e, ao mesmo tempo, é confortável e espaçoso? Esse carro é meu número! — enaltece Arthur, de 51 anos.

A manutenção “simples” é só um dos destaques do modelo. Em quase três meses, os carros não deram problemas no uso intenso. Até hoje, só precisaram trocar fluido do freio e pastilhas, antes da primeira revisão.

Bem verdade que tudo está sob responsabilidade e acompanhamento da Nissan, que banca os custos da experiência. A marca japonesa lançou o programa cedendo dois Leaf aos motoristas cariocas. Outros 13 táxis elétricos chegarão à praça até o fim do ano.

Os carros amarelinhos com faixas verdes e bigorrilho de leds também são uma sensação para os passageiros.

— O táxi em si já chama a atenção, porque parece uma nave. O Leaf não anda, flutua — garante Breno, 47 anos, mais da metade deles vivido na praça.
Ao parar para um casal em Ipanema, Breno conta que viveu uma situação constrangedora: a mulher se assustou ao saber que o carro é elétrico.

— Ela saiu do táxi temendo um choque e o marido começou a brigar porque queria andar no carro — diz o motorista.

Em Botafogo, o porteiro de um prédio parou de molhar a calçada por medo de provocar um curto-circuito.

Os taxistas são mais confiantes. Antes de receberem os Leaf, fizeram um treinamento de dois meses com um engenheiro da Nissan e conheceram tudo sobre o modelo. Depois, tiveram aulas práticas.

Hoje, os dois confiam cegamente carro elétrico. Mesmo na hora de atravessar trechos alagados.

— É um carro muito bem vedado, não tem escapamento, muito seguro para encarar ruas alagadas. Sai que nem um barquinho — brinca Breno.

Importado, com baterias de íon-lítio e motor de 80kW (o equivalente a 109cv), o elétrico Leaf não é vendido normalmente no Brasil. Seria proibitivamente caro. Mas há modelos híbridos que já chegaram às lojas daqui.

Aposentada de 62 anos, uma moradora da Zona Sul (que, muito tímida, prefere não se identificar) está feliz da vida com seu Toyota Prius. Em janeiro, ela trocou um conservador Corolla nacional pelo moderno híbrido japonês, movido por um motor elétrico e outro a gasolina.

— O Prius é muito apropriado ao Rio. Nesse trânsito intenso, o carro fica no modo elétrico a maior parte do tempo — enaltece a senhora que não tem medo do moderno.

Ela conheceu o Prius durante a revisão de seu antigo carro. Na sala de espera, se deparou com um folheto. Daí, animou-se a passar o Corolla adiante e comprar o híbrido, que custa exorbitantes R$ 120 mil (mesmo assim, de janeiro a abril, foram emplacados 154 Prius no país).

Apesar de não ter o costume de anotar médias de consumo, a aposentada destaca a economia do modelo, assim como o conforto e a tecnologia. Conta que já viajou por sete horas seguidas e que o desempenho foi tão bom quanto na cidade.

— Se eu fosse ao trabalho diariamente de carro, teria mais um argumento para dirigir o Prius — garante

http://extra.globo.com/noticias/economia/carros-do-futuro-no-rio-do-presente-8458852.html
Fonte:Extra Online